domingo, 26 de dezembro de 2010

mudanças.

 O ano está a acabar, e eu sinto uma necessidade tremenda de fazer um balanço de 2010, mas tenho a ligeira impressão de que as palavras me vão faltar, porque vou entrar em buracos obscuros do meu coração. Mas eu vou conseguir. Desta vez, tenho a lanterna e a bússola comigo, e não há qualquer hipótese de me perder, ou de mandar com a cara nalguma das paredes do coração. Nem tão pouco tenho medo de cair nalgum buraco que eventualmente pudesse existir nesta minha gruta, porque esses... ó, esses já levaram com demasiada terra em cima, e já se fecharam. Foram tapados pelos demais desgostos da vida, e assim sendo, não doem, como doíam à meses atrás. Podia falar deste, daquele e do outro, ou da outra, que tanto me magoaram, mas não o vou fazer. Fi-lo nestes últimos meses da minha vida, e as palavras começam a tornar-se demasiado iguais e repetitivas. O que haveria de ser dito, assim o foi, mesmo que por indirectas ou através de metáforas. O escuro desapareceu, e a chuva cai agora, tão serenamente como correm as águas do rio. Nada mais importa, nada mais magoa. As pessoas seguiram todas o seu trilho, e eu própria segui o meu, sem mãos a medir, sem cuidados. E nem mesmo o medo, me impediu de ser feliz. Sou-o hoje. Sou-o sem limites, e sem pressões. Esta sim, é das maiores dádivas que me poderiam ter dado, neste ano que me correu tão mal, e que me deu tanta dor. Nada melhor que toda esta alegria, e estas pessoas que tanto me fazem feliz por perto. Neste ano, vi-me a recuperar pessoas que tinha perdido à imenso tempo atrás, vi-me a querer recuperá-las. Neste ano. Neste ano aconteceu tanta coisa. Tanta, tanta, tanta. Desde desgostos e desilusões, a mágoas e traições. Espantei-me com a capacidade de mentir que certas e determinadas pessoas têm. Aprendi a remendar o coração. Aprendi a cosê-lo com uma linha bem forte, para que ele nunca mais se tornasse a romper. Percebi que palavras não eram sentimentos, e que mentiras boas nunca eram para o meu bem. Encontrei pessoas que jamais pensaria encontrar, nesta longa jornada da minha vida, e quis ir mais além. Testei a minha capacidade de raciocínio. Testaram-me. Superei provas, assim como também perdi. Sorri, ri, gritei, chorei, saltei, brinquei. CRESCI. Fui eu. Fui sempre eu. Sem falsidades, sem máscaras, sem artifícios. Conheci pessoas fantásticas que me levaram a perceber o verdadeiro valor da amizade e da vida, outras que apenas me deram dor. Conheci pessoas que me destruíram por dentro, e outras que mais tarde, me voltaram a devolver a paz, a alegria, sem pedir nada em troca. Sem exigências e sem pedidos absurdos. Obrigada, obrigada a vocês. Obrigada por não me terem deixado no fundo; obrigada por me terem tirado de casa, quando eu só queria ficar a deprimir. Obrigada a todos os que fizeram parte do meu 2010, e a todos aqueles que vieram mudar a minha vida, para muito melhor. Obrigada vida por me sorrires todos os dias, obrigada a vocês todos que vêm aqui ler, e que deixam as vossas palavras de alento e de carinho. Obrigada, obrigada, obrigada. Mil obrigadas a todos vocês!

8 comentários:

  1. "As palavras não (SÓ) sentimentos"

    Acho que assim estaria perfeitamente correcto (:

    (k)

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  2. lindo, lindo, LINDO!
    que o melhor de 2010 seja o pior de 2011 :)

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  3. Só não pormenorizo mais porque se não o texto estendia-se de mais e tornava-se maçudo.

    Todos os anos têm mistura de alegrias e infelicidades, conhecimentos e novos amores. É uma descoberta nova todos os dias.

    Um feliz ano de 2011!

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  4. adoro, adoro o teu blog. e escreves mesmo bem
    dizes-me o nome da música, sff?

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  5. gosto mesmo , mesmo muito deste texto ! (': *
    - sinceramente gosto da maneira como escreves . Gosto dos teus textos todos ..

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pégadas.