segunda-feira, 18 de outubro de 2010

#6 Letter to a stranger.





Querido desconhecido,


Gostas de viajar e de ter o mundo só para ti. Gostas de arroz e de bifes. Gostas de cores e de amores arrebatadores. Gostas disto, daquilo e de mais umas tantas coisas. Tanto és uma pessoa, como num momento a seguir poderás ser outra. Não te conheço. Acho que nunca te conheci. Nunca cruzámos olhares, nem nunca nos falámos. Comunicámos entre gestos distantes. Falámos entre batimentos cardíacos. Entrelaçámos as mãos, entre ventos desesperados e almas apagadas. Entraste nos meus sonhos e fizeste-me tua. Percorreste a ténue linha da saudade e do desespero. Chutaste cada pedra que te apareceu no caminho. Saltaste, pulaste e não te importaste com o bater do meu coração. Não caíste. Como é isso possível? Continuas equilibrado em cima da linha e continuas feliz. Como consegues? Não te magoaste ainda? Explica-me. Fala-me. Diz-me, entre gestos ingénuos aquilo que te faço sentir e aquilo que achas que tem de ser feito. Não sei se te vou voltar a ver. Não sei se as nossas mãos se voltarão a entrelaçar como neste nosso dia calorento, que nos aquece a alma e nos aconchega neste abraço profundo. Neste dia que se tornou apenas nosso.Não sei quando cairás. Não sei se vais voltar na próxima noite, nem sei se te deva dizer Olá ou Adeus. Não sei se os nossos corações se voltarão a ligar e a comunicar entre batimentos inconstantes. Sei que gostei da tua visita. Quero que me visites mais vezes. Pode ser?
 

Não te conheço, mas...
Gosto muito de ti.
Queres ser o meu amigo imaginário?
/ passei duas cartas à frente. Não sabia o que escrever. Prometo que as escrevo depois.

2 comentários:

  1. Adorei esta cartinha para o desconhecido.

    Ainda não percebi porque é que o desconhecido assusta as pessoas, visto que não o conhecemos podemos pintar à nossa maneira.

    Identifica-se muito com o amor, não achas? <3

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pégadas.